domingo, 14 de junho de 2020

Olharapo


Nos contos de fadas portugueses o olharapo pertence a uma raça de gigantes que tem um grande olho na testa (Ciclope), e é parecido com o alicórnio.

Segundo Alexandre Parafita, o olharapo é referenciado, especialmente, em contos e lendas transmontanos que o apresentam como um gigante antropófago, violento e feroz, que tem a particularidade de possuir um único olho no centro da testa.

A tradição popular reconhece ainda a olharapa e o olhapim. “O que lhe sobra em força e em tamanho falta-lhe em produtividade e, sobretudo, em inteligência”, refere este escritor, para justificar um provérbio recorrente no concelho de Vinhais: “Na terra dos olhapins, quem tem dois olhos é rei”.

Escreveu ainda o mesmo autor que esta figura do maravilhoso popular “apresenta algumas semelhanças com a figura dos ciclopes [...]”.

sábado, 29 de fevereiro de 2020

Cumacanga

Cumacanga ou curacanga é uma personagem do folclore brasileiro.

A Cumacanga é sempre a concubina de um padre ou a sétima filha do seu amor sacrílego. O corpo fica em casa e a cabeça, sai, sozinha, durante a noite de sexta-feira, e voa pelos ares como um globo de fogo (Santana Néri, Folk-Lore Brésilien, Paris, 1889).

Curacanga: "Quando qualquer mulher tem sete filhas, a última vira Curacanga, isto é, a cabeça lhe sai do corpo, à noite, e em forma de bola de fogo, gira à toa pelos campos, apavorando quem a encontrar nessa estranhar vagabundeação. Há, porém, meio infalível de evitar-se esse hórrido fadário: é a mãe tomar a filha mais velha para madrinha da ultimogênita". (Basílio de Magalhães, Folclore no Brasil).

A Cumacanga é do Pará e a Curacanga, idêntica, é do Maranhão. A cabeça luminosa é um elemento comum aos mitos do fogo, punição, encanto, indicação de ouro ou contos etiológicos. Os indígenas caxinauás e panos do território do Acre explicam a origem da Lua como uma cabeça que subiu aos céus.


Fonte: Wikipédia

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Dragão Cuélebre, o inimigo das Anjanas

Cuélebre (asturiano) ou Culebre (cantábrico), é um dragão- serpente gigante da mitologia asturiana e cantábrica, que vive em uma caverna, guarda tesouros e mantém os anjanas (também conhecidos como xanas) como prisioneiros. Embora sejam imortais, a idade do célebre e suas escamas tornam-se espessas e impenetráveis, e as asas de morcego crescem em seus corpos. Eles devem eventualmente fugir das Astúrias e voar para o Mar Cuajada , um paraíso localizado além do mar.

Eles não costumam se mover e, quando o fazem, é para comer gado e pessoas. Pode-se matar o cuélebre, dando-lhe como refeição uma pedra em brasa ou um pão cheio de alfinetes. Diz-se que seu espeto se transforma em uma pedra mágica que cura muitas doenças.

No solstício de verão , que é uma noite mágica no folclore asturiano e cantábrico, é possível que homens corajosos derrotem o cuélebre , cujos feitiços não entram em vigor naquela noite, casem-se com a xana e obtenham o tesouro. No entanto, nas áreas da Cantábria, diz-se que na noite de São Bartolomeu, a criatura aumenta seu poder e libera toda a sua fúria contra as pessoas em vingança.

sábado, 11 de janeiro de 2020

Psoglav


Psoglav (em sérvio: Псоглави, literalmente cabeça de cachorro), é uma criatura mítica demoníaca na mitologia sérvia; a crença sobre ela existiu em partes da Bósnia e em Montenegro. Psoglav foi descrito como tendo um corpo humano com pernas de cavalo e uma cabeça de cachorro com dentes de ferro e um único olho na testa.
          Psoglavs foram descritos viver em cavernas, ou em uma terra escura, que possuía abundantes pedras preciosas, mas sem sol. Praticavam o canibalismo, ao comer pessoas, ou até mesmo desenterrar cadáveres das sepulturas para comê-los.
            Psoglav é um demônio ctônico, de alguma forma semelhante ao ciclope grego.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Ajatar

No Folclore Finlandês, o Ajatar é um espírito conhecido como o "Diabo da Floresta". Esse espírito diabólico feminino se manifesta na forma de uma serpente ou de um dragão. Se diz que a Ajatar é a mãe do diabo. Ela propaga as doenças e a peste para qualquer um que lhe pareça fraco. Ela é capaz de amamentar as serpentes. Ajatar está relacionada ao Aitvaras lituano e ao Äi, Äijo ou Äijattar estoniano. Ela é semelhante à Tiamat babilônica, a deusa mãe dos dragões.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Alkonost

Alkonost é o pássaro do paraíso na Mitologia Eslava. Ela tem o corpo de um pássaro com rosto de mulher. O nome Alkonost vem da semi-deusa Alcíone, transformada pelos deuses em um martim-pescador. A Alkonost se reproduz, botando seus ovos na costa marítima e depois colocando eles na água. O mar então, se acalma por seis ou sete dias ao ponto que os ovos chocam, formando uma tempestade. Para a igreja ortodoxa russa Alkonost personifica a vontade de Deus. Ela vive no paraíso, mas vem para nosso mundo para entregar mensagens. Sua voz é tão doce que qualquer pessoa que a ouve pode esquecer de todas as coisas. Diferentes das sirens, criaturas similares, ela não é maldosa.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Selkies


Selkies (também conhecidos como silkies ou selchies) são criaturas mitológicas encontradas no folclore das Ilhas Faroé, Islândia, Irlanda e Escócia. A palavra deriva do escocês primitivo selich, (do inglês antigo seolh significando selo).
    Os selkies são ditos viverem como focas no mar, mas mudam a sua pele para se tornar humanos na terra.
    A origem mitológica da selkie não é muito clara. As lendas sobre elas surgiram nas ilhas Orkney e Shetland, no extremo norte da Escócia.
    Quando os contos antigos estavam sendo transcritos para o papel, nos séculos XVIII e XIX, algumas das velhas tradições sugeria que selkies eram como as fadas, anjos caídos, condenados a viver como animais até o dia do Juízo Bíblico. Outros insistiram que selkies eram seres humanos, uma vez que, por alguma contravenção, foram condenados a assumir a forma de uma foca e viver o resto de seus dias no mar. A terceira possibilidade discutida pelos contadores de histórias de Orkney, era que as selkies eram na verdade, as almas daqueles que se afogaram. Uma noite a cada ano essas almas perdidas eram autorizadas a deixar o mar e voltar à sua forma humana original.
    Os selkies vivem como focas no mar, mas possuem a capacidade de se tornarem humanos ao retirar suas peles de foca. Do mesmo modo, basta vestirem novamente sua pele de foca para retornar à sua forma original. Selkies quando estão na forma humana, são excepcionalmente belos e encantadores. Gostam de ir à praia para dançar, sendo nessas ocasiões onde geralmente são capturados.
    Diz-se que ao esconder a pele de foca, quem a tem passa a exercer domínio sobre a selkie, que não pode retornar ao mar pois não consegue se transformar novamente sem a pele. As Selkies só podem fazer contato com um ser humano, por um curto período de tempo e depois, devem retornar ao mar. E não podem fazer contato novamente com um ser humano antes de decorrido 7 anos, a menos que o humano lhe roube a sua pele de foca e a esconda ou queime-a.
    De acordo com a lenda, a selkie, quando dominada, convive bem com os humanos. Porém, caso consiga recuperar sua pele, ela não hesitará em deixar tudo para trás e voltar ao mar. Geralmente, a selkie evita rever seu marido humano, mas às vezes é possível vê-la brincando com seus filhos na praia.
    A lenda da Selkie também é contada no País de Gales, mas em uma forma ligeiramente diferente. Para os galeses, as (os) Selkies são seres humanos que regressaram ao mar. Para eles, o selkie Dylan (Dylan Ail Don), o primogênito de Arianrhod (uma importante deusa mitológica que faz parte da mitologia celta), foi diversas vezes um tritão ou “espírito do mar”, que em algumas versões da história, fugiu para o mar logo após o nascimento.
    Existem também Selkies do sexo masculino, que também são descritos como sendo muito bonitos em sua forma humana, e têm grande poder de sedução sobre as mulheres humanas. Eles procuram aquelas que estão insatisfeitas com sua vida romântica. Isto inclui mulheres casadas esperando por seus maridos pescadores. Se uma mulher quer fazer contato com um macho Selkie, ela tem que ir para uma praia e derramar sete lágrimas no mar.

A vingança da Selkie

 



Uma das histórias mais famosas sobre Selkies existe na Ilha de Mikladalur localizada nas Ilhas Faroé, onde um pescador observava as Selkies dançarem na praia, e um certo dia, ele esconde a pele de uma delas, e a faz de sua esposa. O pescador guarda a pele de foca em um baú de coisas íntimas. Um dia ele vai pescar, e esquece a chave em casa, até que a Selkie descobre, e assim que vê sua pele, se lembra do passado e em seguida foge para sua casa, onde reencontra sua família selkie.
O pescador resolve a seguir e encontra o marido da selkie e seus dois filhos em uma caverna, e os mata como punição, assim como outras focas que estavam em seu caminho. Ao descobrir, a Selkie jura vingança contra todos os homens da ilha de Mikladalur. Depois disso, muitos homens foram mortos afogados, jogados de penhascos. As mortes continuariam até que o povo selkie ligasse os braços de todos eles circulando a ilha. Em homenagem a mulher Selkie, uma estátua foi construida na pedra onde ela era avistada, e ficou conhecida como A Mulher Foca de Mikladalur.

Podemos ver exemplos de histórias de seres parecidos com as selkies em várias culturas. No Brasil, por exemplo, temos o boto-cor-de-rosa que se transforma em humano para seduzir jovens donzelas e depois retorna às águas.